22/09/08


Uma explicação sobre o blogue:
Este blogue em construção mas já previsto e preparado algures no tempo nasceu pelo desafio, proposta e mesmo incentivo em colocar pensamentos, mas acima de tudo responder de uma forma clara a perguntas que no dia-a-dia, alunos, colegas, pessoas que nem pertencem a esta área, fazem sobre o nosso exercício profissional e arquitectura em geral.
Assim, dado que o site supostamente é um currículo partilhado de obras, sejam elas pela imagem, seja mais completo com memórias e pensamentos, porque se entende mais estático, menos fácil de acrescer e sistematicamente poder alterar, adicionar, retirar o que hoje dizemos e amanha pretendemos reescrever.
Por outro lado, carecia de um espaço onde o discurso fosse mais dirigido, mais acessível na linguagem e num discurso mais directo. Assim surge este ponto de encontro como lhe chamei.
Um espaço onde, sentando cinco minutos no final de jantar, respondo em texto escrito a questões ou que vejo, ou que ouço, ou que numa conversa informal durante o dia partilho com aqueles que fazem parte do meu quotidiano.
Aqueles que agora começam a ler e que amavelmente trocam palavras sobre o assunto, ou ainda a outros que não entendam o discurso e objectivo, importa este esclarecimento sobre o ou os blogues que foram criados. Cada um com seu objectivo e com seu tema.
A outros que não entendem a ligeireza por vezes do discurso quase infantil, recordo que a minha vida é partilhada com alguns intelectuais, com efeito, embora poucos, mas acima de tudo por alunos, ex-alunos agora colegas, ou até pessoas que partilham da minha vida profissional mas não letrados ou entendidos nestas matérias. Estes, não menos interessados fazem perguntas, tentam entender, comentam, e procuram pela relação profissional ou pessoal que tem comigo e dada a minha maneira de ser e estar, fazem aquelas perguntas que não teriam coragem de fazer noutra circunstância. A esses e aos outros sem coragem de as fazer fica uma resposta publica, uma explicação, um pensamento, correndo risco eu sei, de me tornar básico ou elementar ao olhos de alguns colegas.
Assim, numa perspectiva pedagógica e construtiva, aos alunos e interessados, façam perguntas ou ponham temas na mesa para dissertar. São essa as tantas que tantos gostavam ver respondidas!
O que é o conceito? Porque é bonito? Quem foi Corbusier? O que é uma parede em esforço, e arquitectura vernacular? O que pensa sobre …
Como perguntou um cliente hoje, quando apresentava um projecto e que interrompendo:
O que é isso que passa a vida a dizer de conceito? (não sendo apenas estas as palavras.)
Na realidade, o discurso apesar de entendido incorria numa falha de comunicação e no uso de uma linguagem que não era comum aos dois.
Ora de que vale um discurso elitista, se a mensagem é melhor assimilada com uma simples troca de palavra. A ideia é:...
Essa é a mensagem que quero fazer passar!
Temos tempo para discursar de uma forma eloquente, mais elaborada provar a nossa douta sapiência num acto formal, mas é imperativo que o discurso chegue ao receptor, sob pena de sermos monótonos, enfadonhos e não despertarmos interesse sobre a matéria.
Bom seria se numa mesa de café, qualquer profissional de qualquer área se sentisse aliciado a debater a qualidade, a importância, a característica de uma arquitectura qualquer. Com uma linguagem mais rebuscada ou mais acessível, desde que compreendida, coerente e com efeito apelativa e frutífera.
Sobre este tema ou sobre outro qualquer, urge que a conversa de café não seja apenas a vida alheia para ver se elevamos a todo o custo o nível cultural e comportamental do nosso país.

Sem comentários:

Hospital de barcelos

Hospital de barcelos